Ele sabe meus caminhos
mais secretos
minhas pedras cobertas
de limo
ele conhece a ossatura
do meu silêncio
e já subiu a bordo
dos meus pavores noturnos
ele já provou o sal
das minhas cordas marinhas
e no entanto às vezes
é como se fôssemos
azeite e vinho
cada um em sua noz
flutuando à deriva
na imensidão do planeta
cada um em seu aquário
de vazio e vidro
engarrafados para sempre
em nossa própria solidão.
Roseana Murray
Imagem:http://www.agmrc.org/commodities__products/fruits/wine.cfm
Imagem 2: Praia dos Ingleses, SC
5 comentários:
Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente às suas costas.
Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que a chuva caia de mansinho em seus campos.
E até que nos encontremos de novo,
que Deus o guarde na palma de Suas mãos...
- Prece Irlandesa -
Beijos te amo
Nesta manhã ao abrir o blogue deparei-me logo com a sua publicação.
Foi maravilhoso este acordar sentindo a suavidade de sentimento e e pensamentos engarrafados, transparentes ou espelhados num copo de azeite ou vinho.
São opostos mas o poema está maravilhoso.
A solidão é triste. Pior ainda deve ser a solidão a dois.
As fotos estão lindas!
Beijos e bom final de semana.
Sônia, como sempre amei os seus versos.Solidão é dor profunda às vezes desnecessária. Quando estamos demasiado habituados a tar sozinhos demora tempo a reajustar as agulhas. Amei tudo!
Sonia, a foto, o texto, tãodenso e leve ao mesmo tempo.... esse amor feito de espera e generosidade. existirá mesmo, minha amiga?
Postar um comentário