Se esvai o dia comum
nada especial aconteceu
tenho as mesmas cicatrizes,
sobrou um sorriso cansado,
um distante abraço,
uma alma junto à minha.
O dia irá amanhecer,
o sol haverá de inundar a vida
para dizer que ainda não morri,
que sou como a maré,
sempre voltando e voltando.
Acorda-me um rufar de asas no telhado,
a intraduzivel conversa das pombas,
quando arrulham aos pares nas manhãs,
tecendo o tempo, os dias e as horas.
Entra o dia pela janela sem persiana,
preciso aprender alguma canção,
quebrar o silêncio e não adormecer,
é este perene cotidiano,
que me traz de volta pela mão...
Sônia Schmorantz
Fim de tarde, da sacada de minha casa.
7 comentários:
"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
(Clarice Lispector)
Lindo demais o que vc escreveu!
Beijos, Sônia.
Glória
Bom dia Sónia
Muito bom este seu poema.
Os dias passam a correr. As noites acontecem e todas as madrugadas o Sol entra e nos acorda com um leve bater de asas.
«preciso aprender uma canção»
"preciso aprender alguma canção,
quebrar o silêncio e não adormecer,
é este perene cotidiano,
que me traz de volta pela mão..."
O meu preferido! rs
E assim vamos vendo os dias se renovar e agradecendo que o podemos desfrutar
Bj
Um dia bonito ou um dia simplesmente de descanso também é especial.
: )
Beijos!
Lindo. Paz. Tranquilidade. Vida. É no que penso quando visito este blog.
Sonia,
um dia comum em versos de grande beleza. Lindo poema.
Carinhoso beijo
Postar um comentário