Devagar, devagar... A noite dorme
e é preciso acordar sem sobressalto.
Sob um manto de sombra, denso, informe,
o mar adormeceu a sonhar alto.
Devagar, devagar... O rio dorme
sobre um leito de areias e basalto...
Malhada pela neve a serra enorme
parece um tigre a preparar o salto.
E dorme o vale em flor. Dormem as casas.
Nenhum rumor. Nenhum frêmito de asas.
Nada perturba a noite bela e calma.
E dormem os rosais, dormem os cravos...
Dormem abelhas sobre o mel dos favos
e dorme, na minha alma, a tua alma.
Fernanda de Castro
Imagens Praia dos Ingleses
5 comentários:
Shiuuu!...
Que lindo! Serenidade e beleza.
Um beijo
Minha querida amiga.
Imagens são de respirar fundo. O soneto de respirar mais ainda profundo. Com tudo isso, adormecer é sonhar.
Meu beijo e meu carinho de sempre.
Victor Gil
Olá Sônia! Passando para te cumprimentar e apreciar este lindo soneto, com ênfase para o quarteto abaixo:
Devagar, devagar... O rio dorme
sobre um leito de areias e basalto...
Malhada pela neve a serra enorme
parece um tigre a preparar o salto.
Beijos pra ti e para o Eduardo.
Furtado.
Que lindo adormecer! É a alma que encontra abrigo na beleza e no sentimento.
Bjs.
Olá Sônia, que tudo permaneça bem contigo!
Belo e sensível texto expressando os belos sentimentos do adormecer, até da alma.
Belo poema de Fernanda Castro e como sempre de belas imagens da sua ilha onde bate um vento, que pelo jeito é muito bom!
Agradecido pela amizade e visitas desejo a você e todos ao redor infinita felicidade, abraços e até mais!
Postar um comentário