As coisas mais simples, ouço-as no intervalo do vento
Quando um simples bater da chuva nos vidros
Rompe o silêncio da noite e o seu ritmo se sobrepõe
Ao das palavras.
Por vezes, é uma voz cansada que repete
Incansavelmente o que a noite ensina a quem vive.
De outras vezes, corre, apressada,
Atropelando sentidos
E frases como se quisese chegar ao fim,
Mais depressa do que a madrugada.
São coisas simples como a areia que se apanha,
E escorre por entre os dedos enquanto
Os olhos procuram
Uma linha nítida no horizonte
Ou são as coisas que subitamente lembramos,
Quando o sol emerge num breve rasgão de nuvem.
Estas são as coisas que passam quanto o vento fica
E são elas que tentamos lembrar, como
se as tivéssemos ouvido ,
E o ruído da chuva nos vidros
Não tivesse apagado a sua voz.
Nuno Júdice.
3 comentários:
Que bonito!! Adorei. Fotos maravilhosas.
Beijo, bom Domingo.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
A D O R O Nuno Júdice. A sua poesia é simplesmente maravilhosa!!!
Beijinho e obrigada por este momento tão belo!
Bom dia, querida Sonia!
Tão bom sermos perceptíveis às pequenas coisas e aos pequenos gestos! Nem todos o somos...
Bjm muito fraternal
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