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Canto-te para que tu definitivamente existas
Canto o teu nome porque só as coisas cantadas
realmente são e só o nome pronunciado inicia
a mágica corrente
Canto o teu nome como o homem fazia eclodir
o fogo do atrito das pedras
Canto o teu nome como o feiticeiro invoca
a magia do remédio
Canto o teu nome como um animal uiva
Como os animais pequenos bebem nos regatos depois
das grandes feras
Canto-te
e tu definitivamente existes nos meus olhos
Sempre abertos porque é sempre os meus olhos
são os olhos da criança que nós somos sempre
diante da imensidão do teu espaço
Canto-te
e os meus olhos sempre abertos são a pergunta
instante pendente de eu te interrogar
e interrogo as coisas em seu ser noturno
em seu estar sombriamente presentes na tua claridade
obscura
E como é sempre
meus olhos abertos perscrutam-te
símbolo de tudo o que me foge
como apertar o ar dentro das mãos
e querer agarrar-te
oh substância
Canto-te
Para que tu existas
E eu não veja mais nada além de ti
Ana Hatherly
2 comentários:
MUITO LINDO AMOR, UMA OTIMA POSTAGEM TE AMO CADA VEZ MAIS
BEIJOS
MEU NOME É EDUARDO RSSSSSSSSS
Olá boa noite!... adorei o seu poema. É sempre bom amar alguém e se ser correspondido… Canto o teu nome como um animal uiva
Como os animais pequenos bebem nos regatos depois
das grandes feras...Que frase linda.
Um resto de uma boa semana, para si e para quem mais ama.
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