Quando chove – entre nós – é sinal de um milagre
que se avizinha, diz-se;
e hoje choveu bastante.
Cá dentro reverbera o murmúrio da chuva;
seus traços oblíquos e líquidos,
o seu falar intermitente.
É pois o fio da sua úmida caligrafia,
o redesenhar do destino a cada badalada do seu sino.
A metamorfose, o renovar, o vivificar;
é tudo quanto se espera depois da chuva
preencher o chão com a sua escrita.
Álvaro Taruma.