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27 setembro 2014

Tinha paixão?


Li algures que os gregos antigos...
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
Quando alguém morre também quero saber 
da qualidade da sua paixão:
se tinha paixão pelas coisas gerais,
água,
música, 
pelo talento de algumas palavras 
para se moverem no caos,
pelo corpo salvo dos seus precipícios 
com destino à glória,
paixão pela paixão,
tinha?
E então indago de mim se eu próprio tenho paixão,
se posso morrer gregamente, 
que paixão?

Herberto Helder.




12 setembro 2014

Das coisas que não existem...


Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há,
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
lugares que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia...

Manuel Antônio Pina.




Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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