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27 dezembro 2016

Um dia...


"Talvez um dia todos nós amigos iremos nos separar, sentiremos saudade de todas as conversas jogadas fora, dos sonhos que tivemos! Os dias vão passar, meses, anos, até esse contato se tornar cada vez mais raro... 
Um dia nossos filhos verão aquelas fotos e perguntarão quem são essas pessoas.
Saudade vai bater e com os olhos cheios de lágrimas diremos: 
Foi com eles que vivemos os melhores momentos de nossa vida..."


10 dezembro 2016

Natal, Ano Novo....tudo outra vez!



O Ano está Velho. 
Viu muito, muito amou, muito aprendeu, esqueceu o que havia de ser esquecido, sofreu e chorou. 
E riu, riu de puro contentamento. 
E riu pelas ruas e pelas praças das canções e dos amigos. 
E abraçou os poetas e os sonhadores e os puros e os que foram chegando às suas casas de todos os lugares. 
E deu palavras muitas e vozes cantantes e histórias que inventou porque as viveu. 
Gritou também quando foi urgente gritar que sempre a indignidade rejeitou e escorraçou da sua porta e das portas dos deserdados. 
O Ano é velho e não é santo. 
Também soube zurzir e desprezar e apagar se foi preciso. 
Aos ingratos, aos tolos, aos medíocres, aos falsos, disse 
Não, definitivamente. 
O Ano é Velho e gosta do seu nome. 
Será novo outra vez. 
A caminho de ser velho, de mais saber, de mais fazer, de mais amar. 
Na roda da vida, eu sou o novo e o velho de todos os meus anos.

Licínia Quitério.
Imagem n.1 de Celso Dias em Cascavel-PR.

19 outubro 2016

Somos....


Somos traços, rabiscos, riscos, sinais.
Somos centelha, faíscas, chispas.
Somos aromas, sensações, emoções, palavras.
Somos tudo e somos nada.
Somos mistura, somos substância.
Somos o que acreditamos.

Rosiana Carvalho



26 agosto 2016

As coisas mais simples


As coisas mais simples, ouço-as no intervalo do vento
Quando um simples bater da chuva nos vidros
Rompe o silêncio da noite e o seu ritmo se sobrepõe 
Ao das palavras. 
Por vezes, é uma voz cansada que repete 
Incansavelmente o que a noite ensina a quem vive.
De outras vezes, corre, apressada, 
Atropelando sentidos 
E frases como se quisese chegar ao fim,
Mais depressa do que a madrugada.
São coisas simples como a areia que se apanha, 
E escorre por entre os dedos enquanto 
Os olhos procuram 
Uma linha nítida no horizonte
Ou são as coisas que subitamente lembramos,
Quando o sol emerge num breve rasgão de nuvem.
Estas são as coisas que passam quanto o vento fica
E são elas que tentamos lembrar, como 
se as tivéssemos ouvido , 
E o ruído da chuva nos vidros
Não tivesse apagado a sua voz.

Nuno Júdice.





06 julho 2016

Solidão...


Há solidão na casa sem bulha,
sem notícias, sem verde, sem crianças.
E se algo há quebrado nesta tarde,
que desce e que range,
são dois velhos caminhos brancos, curvos.
Por eles segue meu coração, caminhando.

César Vallejo.



29 maio 2016

Quando....



Quando os rios secarem e as tempestades
Forem sopro e bálsamo sobre a gretada pele
E a mácula se erguer em flor de inocência
E os olhos magoados forem poema e bailado
E um sorriso límpido enfeitar as linhas do rosto
Como cinzel de límpidas palavras.

E o silêncio se abrir e a música for
Som de cristal. Dedos em movimento subtil
Na vibração da noite. E todos os enganos forem
Festivo encontro...

Inventarei então todos os nomes e
Deporei a pura essência dos dias peregrinos
Em que enlaço e colho o deslumbramento
Como dádiva, transgressão e fonte
Em que ardendo me digo...

Manuel Veiga.

02 maio 2016

Numa tarde outono....


Contente de me dar como as gaivotas
bebo o outono e a tarde arrefecida.
Perfeito o céu, perfeito o mar, e este amor
por mais que digam é perfeito como a vida.
Tenho tristezas como toda a gente.
E como toda a gente quero alegria.
Mas hoje sou dum céu que tem gaivotas,
leve o diabo essa morte dia a dia.

Eugénio de Andrade.





08 março 2016

Mulherão - Feliz dia das mulheres!



Peça para um homem descrever um mulherão.
Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios,
na medida da cintura, no volume dos lábios,
nas pernas, bumbum e cor dos olhos.
Ou vai dizer que tem de ser loira, 1,80m,
siliconada, sorriso colgate...
Agora pergunte para uma mulher o que ela considera
um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho
e mais dois para voltar, e quando chega em casa,
encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.



Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir
matrícula na escola, e aquela aposentada que passa horas
em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais mensais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários
de segunda à sexta, e uma família todos os dias da semana.
Mulherão é aquela que sai do trabalho e vai para a faculdade
estudar até às 24 horas para ter uma vida mais digna...
Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme
enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.



Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,
é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva,
é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora,
é quem bota a mesa, cozinha o feijão e
à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é quem cria os filhos sozinha,
quem dá expediente de 8 horas e
enfrenta menopausa, TPM e menstruação.


Mulherão é quem sabe onde cada coisa está,
o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.
Marias, Patrícias, Anas, Luanas, Sheilas,Vitórias:
mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer,
mas mulherão é quem mata um leão por dia para sobreviver.


Feliz Dia das Mulheres!
Martha Medeiros.

04 fevereiro 2016

Ninguém tem culpa




Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos!
Não houve erros,
Nem cálculos falhados
Sobre a estepe de papel.
Apenas,
Não somos os calculistas
Porém os calculados,
Não somos os desenhistas
Mas os desenhados,
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos.
Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante.
Ao longe, uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos.



Paulo Bomfim.


13 janeiro 2016

Bom mesmo...


Bom mesmo é deixar-se ser rio. 
Correr de forma transparente nossas crenças, 
abençoando a cada dia amanhecido nossa sorte, 
agradecendo a fluidez da vida, 
mergulhando nossas atitudes com cuidado, 
no raso, na margem e depois disso jogar-se 
em águas profundas sem temer o curso da historia. 
Não afunda quem aponta pra fé e rema. 
Virar oceano é o primeiro passo para o rio que beija o mar.

Lilian Vereza.




Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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