As estradas que sempre iam, continuam indo, a despeito de mim que por hora estou voltando...
Mas quando não houver mais estradas para quem vai, suave será a carona dos riachos que são estradas feitas de lágrimas de saudade dos amores viajados.
Continuarão, como os dias e as noites, na direção do reino do nunca mais... E como as rosas num leito de orvalho, é possível que eu me reencontre comigo em qualquer curva do crepúsculo para o vasto espanto das manhãs que terei deixado para trás...
E não posso evitar que seja assim: as estradas levando a memória do quanto eu ando de rosas nas veredas do meu jardim...
Chegam
as primeiras chuvas anunciando
o fim de um tempo escaldante de verão.
Distanciam-se os dias de luar e cio,
fica o canto, a vibração, a nostalgia,
fragmentos de risos, sonhos e ilusão.
A praia sem a obrigação de ser verão,
serenamente perde-se na linha do horizonte.
Os dias continuarão mornos e ensolarados.
E ao fim da tarde o sol fará sua despedida
em coloridos raios até morrer atrás do monte.
Um vento errante há de vagar sobre a praia,
anunciando teatralmente o fim da estação,
soprando emoções quebradas na areia,
como a despedida dos amores de verão.
Gaúcha, nos pampas nascida
Um grande sonho acalentei
Morar numa ilha encantada
Cheia de bruxas e fadas.
Nessa terra cheia de graça
Onde se juntam todas as raças,
Minha ilha lança ao poente
O azul espelhado da lagoa,
O verde silêncio das montanhas,
O rumorejar de um mar azul
Que beija apaixonado a areia da
Minha ilha de renda poética.
Não importa se há sol ou chuva,
A mágica ilha é sempre azul,
Fica gravada na alma e
Quem aqui vem sempre vai voltar,
Para descobrir novos caminhos,
Novos destinos, pois
Esta magia nunca irá acabar.