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29 abril 2014

Talvez...




Talvez em outras histórias
Eu tenha sido uma canção consumida
Na voz que me foi oferecida
Ou na emoção que foi sentida.
No caminho nebuloso
Fui o sol da tua alma
Que festejou tua chegada
Numa iluminada melodia.
Se fui caminho de luz
Ocultei a essência da minha dor,
Do meu silêncio declarei paixão
No pensamento, a criação
No canto,
Uma oração!

Conceição Bentes


17 abril 2014

Hoje...


Hoje não vou colher
nem laranjas, nem flores, nem amoras.
Vou ver crescer o dia
no redondo das frutas,
e ouvir sem pressa o canto destas aves.
Serão as mesmas de ontem?
Um dia a mais que fez de mim, que faz?
E as aves que cantavam,
se não são estas, onde
estão? O canto apenas se repete?
Aquela que ontem via
o que ora vejo, não é mais em mim?
Então eu me renovo
como as águas e as plantas?
Sou outra, ou me acrescento ao que já sou?
No entanto, é tudo igual,
embora eu saiba que só na aparência;
e meu prazer me vem
de estar sentada aqui,
detendo um tempo que se não detém.


Marly de Oliveira


Feliz Páscoa!


14 abril 2014

Porque o amor...


Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado.     
(Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.)
Estou onde sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.


Eugénio de Andrade

Baía sul Florianópolis por Heverson Santos

Imagem de Frank Navarro

05 abril 2014

Uma coisa amarela...


Uma coisa amarela,
é isso o que eu quero.
Quem sabe a lua nova,
quem sabe um dia manso.
Talvez um galho de sol
sobre um rio cansado.
Uma coisa amarela,
eu quero, porque quero.
Talvez, cheiro de outono,
quem sabe, um pedaço
de vento, folha, areia,
coisa que vem de dentro.
Qualquer coisa, eu quero.
Da cor que regenera. 


Silvana Guimarães.





Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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