Ser velho é talvez ter salas iluminadas
Dentro da cabeça e, lá dentro,
gente a
representar.
Gente que se conhece, mas cujo nome nos escapa;
Cada vulto responde a uma perda profunda,
assomando
A uma porta conhecida,
pousando uma vela,
sorrindo
Das escadas, tirando um livro da estante;
ou por
vezes
Se as próprias salas, cadeiras e uma lareira
acesa,
O vento no arbusto para lá da janela, ou a débil
Simpatia do sol na parede, num solitário
Fim de tarde de Verão, depois da chuva.
É onde
eles vivem:
Não aqui e agora, mas onde tudo aconteceu em
tempos.
Por isso é que eles têm
Um ar de ausência perplexa,
tentando estar lá
E contudo estando aqui...
Philip Larkin