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26 julho 2014

Envelhecendo...


Ser velho é talvez ter salas iluminadas
Dentro da cabeça e, lá dentro, 
gente a representar.
Gente que se conhece, mas cujo nome nos escapa;
Cada vulto responde a uma perda profunda, assomando
A uma porta conhecida, 
pousando uma vela, sorrindo
Das escadas, tirando um livro da estante; 
ou por vezes
Se as próprias salas, cadeiras e uma lareira acesa,
O vento no arbusto para lá da janela, ou a débil
Simpatia do sol na parede, num solitário
Fim de tarde de Verão, depois da chuva. 
É onde eles vivem:
Não aqui e agora, mas onde tudo aconteceu em tempos.
Por isso é que eles têm
Um ar de ausência perplexa, 
tentando estar lá
E contudo estando aqui...


Philip Larkin



15 julho 2014

Falo da natureza


Falo da natureza 
E nas minhas palavras vou sentindo 
A dureza das pedras, 
A frescura das fontes 
O perfume das flores 
Digo, e tenho na voz 
O mistério das coisas nomeadas. 
Nem preciso de as ver 
Tanto as olhei, 
Interroguei, 
Analisei 
E referi, outrora, 
Que nos próprios sinais com que as marquei 
As reconheço, agora. 

Miguel Torga.






Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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