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25 agosto 2009

Eugênio Andrade e Rainer Maria Rilke


Vêm de um céu antigo, um céu
talvez de ficção.
Vejo-as chegar, vejo-as partir.
São aves de passagem, não lhes sei o nome.
Têm como eu pouca realidade.
Seguem a direção do vento,
rumo a sul, chamadas
pela cal ardendo sobre o mar.
É difícil, a nostalgia;
naturalmente mais difícil quando
o tempo fere o nosso olhar
e o priva do que fora mais seu:
a nudez musical da luz primeira.
Mas de que falo eu, se não forem aves?

Eugénio de Andrade



Esta é a saudade: viver no afeto
E não ter morada no tempo
Estes são os desejos: conversa silenciosa
Horas diárias com a eternidade.

Esta é a vida. Até que de um ontem
suba a mais solitária de todas as horas
Tão sorridente, diferente das irmãs
que se calam eternamente.

Rainer Maria Rilke

14 comentários:

_Gio_ disse...

Saudade é um aperto, um coisa assim tão indefinível, que só um povo ousou transformá-la em palavra.

:.tossan® disse...

A palavra nostalgia ou saudade só existem na nossa língua deve ser por isso! Esta 1. música é muito linda me parece Violinos Mágicos.
Fotografas muito bem como o meu amigo gremista! Beijo

Unknown disse...

cómo siempre me deslumbras con tus versos y tus preciosas imágenes!!!!!!!
en verdad, es el paraíso..eres una afortunada...

besos, reina

Mª Dolores Marques disse...

Dois grandes poemas, dois bons autores. Engénio de Andrade, um eleito meu

beijos

Dolores

Mª Dolores Marques disse...

Dois grandes poemas, dois bons autores. Engénio de Andrade, um eleito meu

beijos

Dolores

mariabesuga disse...

Eugénio, já aqui disse, é um dos "meus poetas".

Rilke é fantástico também mas não conheço tão bem.

De resto...

vêm de um céu antigo as palavras dos poetas em direcção ao vento...

esta é a vida e o tempo em que se conjugam saudade... silêncio... eternidade...

...e sorrimos nós deste lado herdeiros, ainda, das palavras dos poetas.

Beijinho Sónia.

Anônimo disse...

Saudade que nos faz atravessar oceanos, mesmo que simplesmente olhando uma foto.
Mas às vezes dói... como um dedo cortado. Mas passa.

bjs

Flor de Lótus disse...

Bom dia Sônia!
Agradecendo sua gentil visita.
"As coisas podem ser bonitas, elegantes, suntuosas, graciosas, atraentes, mas enquanto não falam à imaginação não são belas."


(Ralph Waldo Emerson)

Um abraço carinhoso.

Graça Pereira disse...

Eugénio de Andrade, sempre fabuloso!"Esta é a saudade:viver no afeto e não ter morada no tempo" Rilke). È esta tambem a minha saudade, sem dúvida! Beijo amigo Graça

aapayés disse...

Bello. como siempre..

Saludos fraternos
Un abrazo

Déia disse...

Ah saudade...voa e diz pra ele tudo que sinto!!

Tem um selinho pra vc no depois do divã!
bjs

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Eugênio. Se não fala das aves,de quem será? Das paixões possivelmente.Belo pooema.

Unknown disse...

gosto muito deste poema de Eugénio de Andrade.
Ver as coisas que nos rodeiam e que nos devem motivar a uma leitura atenta destas situações.

Luísa Nogueira disse...

Sonia, que fotos lindas! Acompanhadas dessa sinfonia divina e desses poemas que nos fazem viajar... é difícil sair daqui, amiga!

Quem sou eu

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Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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