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11 novembro 2009
Eugénio de Andrade
Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
Eugénio de Andrade
Também o deserto vem
do mar. Não sei em que navio,
mas foi desses lugares
que chegaram ao meu jardim
as palmeiras.
Com o sol das areias
em cada folha,
na coroa o sopro
ainda úmido das estrelas
Eugénio de Andrade
Impetuoso, o teu corpo é como um rio
onde o meu se perde.
Se escuto, só oiço o teu rumor.
De mim, nem o sinal mais breve.
Imagem dos gestos que tracei,
irrompe puro e completo.
Por isso, rio foi o nome que lhe dei.
E nele o céu fica mais perto.
Eugénio de Andrade
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Quem sou eu
- Sonia Schmorantz
- Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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2 comentários:
...Linda guria dessa Linda ilha!
Gosto das tuas escolhas, sempre uma suave e aconchegante leitura.
Bjos de Luz!
Olá é interessante, chega mesmo a ser motivo de alegria constatar que a poesia portuguesa é acarinhada e divulgada pelos brasileiros.
Tb gosto de Eugénio de Andradre mas vou brindá-la, passe o atrevimento do termo utilizado, com um poetisa pouco editada mas que tem poemas queeu creio de qualidade.
Eu gosto desta:
Era tanto o alvoroço dos pássaros
nas árvores mais antigas
que uma inquieta suspeita
se me ajustou ao coração
Então tive a certeza que morreste
Só agora descubro
que esteve ao meu alcance
a tua errância
a viagem que julguei absurda
e sem destino,
o exílio que abrigavas
dentro do olhar.
Da tua, da minha pátria
te direi: tão ausente de alento
tão ausente de sonhos.
Graça Pires
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