Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de
espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o
elemento que
a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não
se
encontram.
Virei-me sobre a minha própria existência, e
contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares
contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da
beleza.
Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero
e
precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva
e
inúmera...
Cecília Meireles
Imagens do surf com meu filho Kevin.
2 comentários:
Olá minha amiga de Floripa, hoje me deu a insônia premiada porque encontrei você e sua poesia e fotos lindas. Agora sim vou dormir em paz. Saudade. Beijus
Belo surfista num mar tão quanto.O poema de Cecilia é excepcional.
Perfeito post.Adorei.
Bjs Eloah
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