Ser velho é talvez ter salas iluminadas
Dentro da cabeça e, lá dentro,
gente a
representar.
Gente que se conhece, mas cujo nome nos escapa;
Cada vulto responde a uma perda profunda,
assomando
A uma porta conhecida,
pousando uma vela,
sorrindo
Das escadas, tirando um livro da estante;
ou por
vezes
Se as próprias salas, cadeiras e uma lareira
acesa,
O vento no arbusto para lá da janela, ou a débil
Simpatia do sol na parede, num solitário
Fim de tarde de Verão, depois da chuva.
É onde
eles vivem:
Não aqui e agora, mas onde tudo aconteceu em
tempos.
Por isso é que eles têm
Um ar de ausência perplexa,
tentando estar lá
E contudo estando aqui...
Philip Larkin
3 comentários:
Um poema no PRESENTE.
Sem querer estamos nessa situação e conscientes do sol que aquece as paredes ou da lareira onde morrem os olhares perdidos.
Esta madrugada acordei com esta preocupação. Tantas pessoas cheias de vida que hoje olham o tempo sem cores nem esperanças.
Bom dia
Poema Fantástico e muito realista.
As fotos são maravilhosas.
Familia linda
Bom Domingo´
Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Olá, querida Sonia
Estou sim ausente e presente como vc falou...
Bjm fraterno de paz e bem
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