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Quando uma nuvem nômade destila
gotas, roçando a crista azul da serra,
umas brincam na relva; outras, tranqüila,
serenamente entranham-se na terra.
E a gente fala da gotinha que erra
de folha em folha e, trêmula, cintila,
mas nem se lembra da que o solo encerra,
da que ficou no coração da argila!
Quanta gente, que zomba do desgosto
mudo, da angústia que não molha o rosto
e que não tomba, em gotas, pelo chão,
havia de chorar, se adivinhasse
que há lágrimas que correm pela face
e outras que rolam pelo coração!
Guilherme de Almeida
2 comentários:
Sônia... Sempre nos presenteando com belos poemas. Com esse soneto não foi diferente.
Com muito carinho e satisfação repasso a ti o selo "Sobrevivente do Romantismo", em reconhecimento ao teu talento e sensibilidade.
Dê uma passada no meu blog para ter acesso ao selo.
Um abraço!
ue delícia ler "Guilherme de Almeida".
Bom saber que não foi esquecido.
Bjos
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