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20 outubro 2009

Neste momento



Neste momento, meu Deus, eu só tenho em minha
alma a perplexidade infinita.
Nada mais sei de mim, nem dos outros,
nem do sentido do mundo.
Foi como se tivesse caminhado distraidamente e me
perdesse dos rumos costumeiros
E de repente me encontrasse para além das
fronteiras de meu próprio destino.
Não sei se fiquei mais impuro ou mais puro.
Vejo que os que mais me amam
estão me deixando caminhar sozinho.
sentindo-me, talvez, estrangeiro em meio deles.
Vejo que todos os que vinham comigo na matinal
alegria das primeiras jornadas
deixaram de deslumbrar-se com a vida.
E perderam o senso do mistério,
e passaram a estranhar os meus olhos,
a minha fala, os meus gestos.
Vejo que todos subitamente serenaram
e ficaram entregues às suas quotidianas tarefas
numa aceitação tranqüila,
como se tivessem todos recebido o seu quinhão
justo de amor, de beleza e de bondade,
ao passo que eu vou na mesma sede imitigada, na
mesma procura aflita de sempre.
Não sei se fiquei mais puro ou mais impuro.
Sei que estou caminhando, solitário,
para além das fronteiras do meu destino.
E sinto crescer em mim
esta vontade absurda
de descansar de mim mesmo.

Tasso Da Silveira
In: Poemas De Antes
Imagens de hoje: Luiz Gamero, Cascavel, Paraná



13 comentários:

EDUARDO POISL disse...

Muitas vezes temos que rever nossas vidas, o que somos e o que deixamos de ser, lindíssimo texto.

“Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização” Martin Luther King

Abraços com todo meu carinho e amor

Anônimo disse...

sonia:
Nem sei o que diga sobre as palavras que postaste hoje. Deixo-te apenas um beijo e um abraço enorma desde este lado do oceano.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDA SONIA, BELAS FOTOS... SUBLIMES AMIGA... TAMBÉM GOSTEI DO POEMA... ABRAÇOS DE CARINHO.
FERNANDINHA

Ele disse...

Diante dessas imagens é que percebemos o quanto precisamos da natureza para nossa própria existência. Somos meros espectadores de tamanha exuberância. Grato mais uma vez pelas belas fotos. Parabéns.

Roque Soto disse...

Quanto sofrimento ter que descansar de um mesmo. Mas que alegria desfrutar cao poesia e as fotografias que a acompanham


Um abraço

Anônimo disse...

Perdi-me nestas imagens...
e senti vontade de nelas descansar.

Bjos

Graça Pereira disse...

Ás vezes, é preciso descansarmos de nós mesmos...principalmente quando o caminho é solitário!
Um beijo.
Graça

Glória disse...

É, Sônia... às vezes os caminhos são tão solitários.Realmente. É. Mas, são nestes caminhos que nos encontramos e nos perdemos também. A vantagem, é que nunca mais somos os mesmos... crescemos!

RETIRO do ÉDEN disse...

Parabéns por estas fotos soberbas.
Tanta calma e serenidade......maravilha mesmo!

Abraço
Mer

Unknown disse...

Quantas vezes temos de parar, pensar e dar um novo rumo na nossa vida.
Quantos dias não sabemos por onde andamos nem o que queremos.

Agulheta disse...

Quanta beleza no texto escrito,muitas vezes devemos pensar e reflectir,no que nos rodeia.As fotos de muita beleza.
Beijinhos

ARO disse...

Beleza nas fotos, beleza no poema. ¿Está bien dicho? Saludos.

Sônia Brandão disse...

E o que fazer diante dessa perplexidade? Difícil responder.

Belíssimas as fotos.

bjs

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Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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