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28 maio 2010

Dia Comum


Se esvai o dia comum
nada especial aconteceu
tenho as mesmas cicatrizes,
sobrou um sorriso cansado,
um distante abraço,
uma alma junto à minha.

O dia irá amanhecer,
o sol haverá de inundar a vida
para dizer que ainda não morri,
que sou como a maré,
sempre voltando e voltando.

Acorda-me um rufar de asas no telhado,
a intraduzivel conversa das pombas,
quando arrulham aos pares nas manhãs,
tecendo o tempo, os dias e as horas.

Entra o dia pela janela sem persiana,
preciso aprender alguma canção,
quebrar o silêncio e não adormecer,
é este perene cotidiano,
que me traz de volta pela mão...

Sônia Schmorantz


Fim de tarde, da sacada de minha casa.

7 comentários:

Anônimo disse...

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."

(Clarice Lispector)

Lindo demais o que vc escreveu!

Beijos, Sônia.
Glória

Unknown disse...

Bom dia Sónia
Muito bom este seu poema.
Os dias passam a correr. As noites acontecem e todas as madrugadas o Sol entra e nos acorda com um leve bater de asas.

«preciso aprender uma canção»

Priscila Rôde disse...

"preciso aprender alguma canção,
quebrar o silêncio e não adormecer,
é este perene cotidiano,
que me traz de volta pela mão..."

O meu preferido! rs

Luna disse...

E assim vamos vendo os dias se renovar e agradecendo que o podemos desfrutar
Bj

Mulher na Polícia disse...

Um dia bonito ou um dia simplesmente de descanso também é especial.
: )

Beijos!

Rosa Carioca disse...

Lindo. Paz. Tranquilidade. Vida. É no que penso quando visito este blog.

SAM disse...

Sonia,

um dia comum em versos de grande beleza. Lindo poema.

Carinhoso beijo

Quem sou eu

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Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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