Triste encanto das tardes borralheiras
Que enchem de cinza o coração da gente!
A tarde lembra um passarinho doente
A pipilar os pingos das goteiras...
A tarde pobre fica, horas inteiras,
A espiar pelas vidraças, tristemente,
O crepitar das brasas na lareira...
Meu Deus... o frio que a pobrezinha sente!
Por que é que esses Arcanjos neurastênicos
Só usam névoa em seus efeitos cênicos?
Nenhum azul para te distraíres...
Ah, se eu pudesse, tardezinha pobre,
Eu pintava trezentos arco-íris
Nesse tristonho céu que nos encobre!
Mário Quintana
2 comentários:
Olá Sônia, e que tudo esteja bem!
Toda a sensibilidade do mestre Quintana neste poema que você com a tuas sempre perfeitas escolhas compartilha com os amigos, grato por isso!
Ainda em companhia de tão lindas imagens, é sempre tão encantador este teu espaço, e eu grato por tua amizade e visitas desejo que seja sempre tão feliz e intenso o teu viver, um grande abraço e, até mais!
Quintana encanta como sempre! As fotos perfeitas de uma natureza sem par.Amei.Bjs Eloah
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