.

.

30 novembro 2008

AMOR


é sentir saudade quando não estás junto a mim
é o passeio longo em que nos damos sem falar
é alimentar a alma numa refeição partilhada a dois
é comover-me quando me sussurras palavras do coração
é sonhar-te quando ouço uma canção
é rezar com a Fé inabalável que te sinto
é a tua boca com sabor a mel entre os meus lábios
é entregar-me a ti incondicionalmente
é um chapéu-de-chuva para os dois
é pararmos o tempo no relógio
é procurar um lugar para escutar a tua voz
é o criar de um mundo entre nós dois
é mimares-me... tu
e compreender-te... eu
é um espaço em que não há lugar
para outra coisa que não seja amar...
é algo entre Tu... e eu.

http://alquimiademim.blogspot.com/

29 novembro 2008

Mãos


Os nomes que dei às mãos
desenham-se tão perto de mim
que compreendo o desejo sem fantasmas.

Nos dedos principiam as marés
e neles se misturam o reflexo e a máscara
de regressos e errâncias por equacionar.

Os olhos não se fixam na geografia
visível das linhas. Os corpos deixam
de ser um cais. O mar estremece
nos ossos como um sismo.

O primeiro sinal de naufrágio
percebe-se na palma da mão
mesmo quando os barcos
passam ao largo do nosso desalento.

Rente à solidão.
Na trajetória do vazio
onde inventamos os sons.

Graça Pires

28 novembro 2008

INFINITO OLHAR



Me perco num infinito olhar
nas sinfonias da natureza
ao v o a r das coloridas folhas
e no ondear dos campos de trigo ...
abro o peito para tudo guardar
e neste caminho flores sempre plantar ...
me perco nas nuvens desenhando caminhos
nas luzes acendendo as pontas das estrelas
enquanto o sol aquece sorrindo os horizontes
e lua se abraça ao luar ...
nas aves tricotando ninhos
enquando os peixes se beijam em ondas
e os rios suavemente escorregam no mar ...
me perco neste infinito olhar ...

Maria Thereza Neves

26 novembro 2008


Sai-me dos dedos a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos... No vento, ao passar,
A carícia que vaga sem destino nem fim,
A carícia perdida, quem a recolherá ?
Posso amar esta noite com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro que conseguir chegar.
Ninguém chega. Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida, andará... andará...
Se nos olhos te beijarem esta noite, viajante,
Se estremece os ramos um doce suspirar,
Se te aperta os dedos uma mão pequena
Que te toma e te deixa, que te engana e se vai.
Se não vês essa mão, nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece a ilusão de beijar,
Ah, viajante, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?

Alfonsina Storni

Entre canções e poesias
nem tudo lhe sacia, mas..
um beijo, lhe consome
o outro, mata a fome
da sede, de lhe viver
e na sede, de lhe saber
um beijo, leva o cansaço
o outro, cola os pedaços
que a vida, faz nascer
no amargo da boca
onde lhe faz louca
no leito, do amanhecer!

Entre canções
surgem as poesias
até nos botões
das rosas macias
e na dor
de um amor
mesmo em regaço
faz-se, em aço
a melodia!

Léa Ferro

24 novembro 2008


Tenho de começar a pensar na paisagem que
nasce dos olhos, quando se dirigem para esse ponto vago
em que os pássaros parecem voar dentro deles,
e não no próprio céu a que pertencem. O vento
nos cabelos, porém, afasta-me deste princípio
lógico; e sigo a sua direção, que acaba nos dedos
que contam a distância a que estamos,
a partir de uma tabuada que não tem fim. E
acendo um cigarro, para que o fumo envolva
o rosto num pressentimento de vida,
fazendo com as palavras pareçam sair
dos lábios que, no entanto, permanecem
fechados. E este perfil é tudo o que me resta
para imaginar o corpo amado, como se
ele fosse uma frase - feita a partir de
fragmentos, alinhados na mesa da estrofe,
numa atmosfera de silêncio.

Nuno Júdice

23 novembro 2008

Minha ilha chora....

Há dois meses chovendo sem parar em toda Santa Catarina, vieram as centenas de deslizamentos, a destruição e a morte de muitas pessoas que estão sendo soterradas... Esta terra maravilhosa hoje chora com a chuva. Seus acessos foram destruídos, seus moradores estão apreensivos e a natureza sofre com a violência das águas.
Mesmo assim esta é uma terra mágica, nesta ilha há um só rei: o Amor, há uma só lei: a Liberdade e por isso, esperamos que dias melhores venham, para que todos seus moradores possam voltar a viver em paz com sua natureza maravilhosa.



Minha Ilha
Lança-se o poente
Sobre o azul espelhado na lagoa
Onde mil lágrimas choveram
Deixando o pranto esvair-se
Entre as escarpas que abraçam este silêncio
Que teimosamente rasga as veias
Em trinados de saudade
Minha Ilha
Feita de proas
Largadas no manto de águas
Nas mãos a promessa
Na alma a certeza de um naco de pão
Que cale o tremor do amanhã
Minha ilha minha ilha
Adormecida em verdes silêncios
Onde o rumorejar da folhagem
É desejo ardente
De uma nova caminhada
Alma rendilhada
Nas veias de um poeta.

Eugénia Vieira

20 novembro 2008


Peguei nas cores da tela, fiz o poema
Das letras do poema uma pintura
Aquele fim de tarde, foi o tema,
Olhar feito de espanto e ternura.

Pousei minha tristeza na montanha
Que o encanto da paisagem desprendeu
De verde cubro o espaço que desenha
Teu rosto feito estrela lá no céu.

Entre as cores do silêncio desta tela
Suspende-se no azul a nostalgia
Diluindo as palavras na aguarela

Do instante em que nasce a poesia.
A pintura é poema a acontecer
Sobre a tela deste meu entardecer!

Odete Nazário

19 novembro 2008

FIM DE TARDE


Adormece o dia em quietude;
a tênue luz ainda te afaga...
Peço aos céus que em nada nos mude;
E que a noite conforto nos traga.

Que o amor em sua magnitude;
seja ofertório em nossas plagas,
apartando-nos da inquietude
que por vezes a alma embriaga.

Sobre o teu corpo os raios doirados,
do sol que se oculta inconteste,
reveste-te de um tom acentuado
a contrastar com os verdes ciprestes,
Quem me dera estar ao teu lado.
repletos do amor que nos aquece...

Jorge Linhaça

16 novembro 2008


Não sei onde estás
Porque aqui há sol e céu azul
E um vento leve no rosto
Há um relógio constante
Que limita o tempo
E um sonho atrás do olhar
Mas sei que brincas e ris
A onde estiveres e mais ainda, talvez
Um mar tranqüilo e branco de paz
Com um abraço terno
Ou a saudade eterna
De quem fica
Ou apenas
De quem espera
E nada mais

Benedita Stingl

13 novembro 2008



Entre a serra e o rio compus meu ser
com pinceladas de cor
em tons de sonho e de ternura.
Entre a serra e o rio viajei nas asas do condor
a salvo de toda a amargura.
Entre a serra e o rio conheci o poeta e o pintor
ouvi histórias de encantar, vindimei cachos de suor
enfeitei minhas tranças de luar.
Entre a serra e o rio comi com a sua gente à mesma mesa
e no seu seio fui menina e no seu colo fui princesa.
Entre a serra e o rio, ao desatar meus laços
senti a poesia em mim bem fundo.
Entre a serra e o rio abri meus braços
e abracei o mundo...

http://comorosasdeareia.blogspot.com/

02 novembro 2008



Semeio palavras
nos inertes barcos
apodrecidos de vida
em cais adormentados
semeio palavras
inebriadas de medos
de avenidas roubadas
nas escondidas noites
semeio palavras
nos novos escravos
fáceis de dominar
vitimas consentidas
por um povo sem alma

poetaeusou

Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
free counters

.

.