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31 agosto 2008


Ao som da música faço uma viagem
para dentro de mim mesma...
Uma viagem livre, sensitiva, sem censuras
como pés descalços nas águas do mar.
Não importa quantas pessoas estejam a minha volta,
vejo vultos que se movem, serpenteiam e
seguem para algum lugar...
Meus pensamentos insinuam-se,
dançam com a música e seguem rumo ao coração.
Viagem de olhos fechados,
sentindo o cheiro do mar...
Importa estar aqui
sentindo a cabeça rodar ao som abafado
da música no celular...
Mesmo cansada de tanto trabalhar,
agora volto para casa,
não quero sentir meus pés,
nem lembrar da vida medíocre,
quero a emoção de voar...
Quero ao menos no sonho
descansar sorrindo e me sentir importante,
para que minhas palavras não cessem,
nem se feche o meu sorriso
para que eu possa acreditar que
a vida é boa e eu mereço ser feliz...

Sônia Schmorantz

29 agosto 2008

Amor no outono da vida


Abro meus braços para o mar
Sinto meus pés afundarem na areia molhada...
Um imenso mar azul está à minha frente,
Refletindo gotas douradas pelo sol e areia.
Pensei em ti nesse momento e agradeci
Pelos beijos úmidos de maresia,
Pelo abraço apertado a me proteger do vento,
Pela íntima conversa silenciosa dos olhos...
Passos perdidos em meu caminhar
Sinto a areia molhada e minha alma
Marcada pela paisagem...
Este momento tem sentido na minha alma,
Este momento tem sentido na minha vida...
Uma lágrima serena escorre pela face
Formando um secreto sorriso...
Passado o vento na tarde que se fez outono
Em minha vida, esvaneceram alguns sonhos,
Mudou o tema da poesia,
Muitas histórias para contar...
Envelheceram as linhas do rosto e do corpo.
Mas o coração solto, liberto ainda quer amar.
Lento e invasivo, o amor chega sem avisar,
Outra vez laço de abraço e o gosto de um beijo.
Nos desvarios das horas na praia...
Continuo meu passeio na areia molhada
Perdida na memória dos meus passos
Vou deixando as ondas para trás e
Sigo em tua direção para te encontrar
Além da estrada, além do tempo para
Viver este presente de amor...

Sônia Schmorantz

28 agosto 2008

Estou sempre em ti...


Estou sempre em ti…
Ainda que pressuponhas que a distância
e a ausência que muitas vezes nos aparta
levam de mim o aroma de tudo o que já partilhámos.

Ainda que penses que as minhas mãos
em certos momentos ensaiam acenos e despedidas…
continuo aqui, serenamente, à tua espera.

Ainda que, não estando tu sempre presente,
consigo sentir o doce sussurro da tua voz a cada madrugada,
lembrando-me que sempre fui tua, mesmo antes de te amar.

E na soma de todas as minhas certezas,
sei que o teu caminho
é aquele que te traz sempre para mim.

(Sussurros da Lua)

24 agosto 2008


Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.

Adélia Prado

20 agosto 2008

Outrora pretendi que a vida fosse
um jardim em florida primavera,
um recanto de bosque, ameno e doce,
com flores presas em guirlandas de hera.

Apenas comecei minha jornada
vi como tristes eram os caminhos.
Em vez de flores enfeitando a estrada
em cada ramo só encontrava espinhos.

Mas cantando chegaste, ao sol-poente,
a fronte luminosa engrinaldada
e um lírio branco te florindo a mão.

Tornou-se o céu mais claro e transparente,
e a sombra má que me toldava a estrada
mudou-se em rosas, recobrindo o chão!.


Alfredo Cumplido Sant'anna

15 agosto 2008



Enquanto houver estrelas
Enquanto houver luar
Embalados nas asas da poesia
Podemos sonhar...

Embarcamos neste sonho
Navegando com ilusão
Grandes vagas nos assombram
Arrastados pela correnteza
O intrépido vento a sibilar
O raivoso trovejar, lampeja
Trazendo a fria chuva a fustigar;

A tempestade findou...
O mar serenou...
Céu azul, mar anil...
Alegres gaivotas em revoadas
A brisa leve exala um perfume
Com suave fragrância
De primavera
De flores e de amores.

Aportamos em ancoradouro seguro
A vida com esperança
Desabrocha em nós...
Em cada flor
Em cada pássaro
Em cada amor...

Rita Camargo Caldas

14 agosto 2008


Recebi teu amor no vento
E a janela do meu quarto abri,
chegou com o despertar da aurora
e a brisa suave da manhã
na minha cama o aconcheguei,
meus braços, meu corpo,
meu ar, meu sopro,
minha vida lhe dei,

Emprestei-lhe teus aromas
há tanto tempo guardados
nas viagens de carinhos carentes
e nos desejos em ti escondidos,

Por teus sonhos vagueei
a janela do meu quarto abri
e no vento que teu amor recebi,
meu amor em teu vento enviei

Sfsousa(olharomar)

13 agosto 2008



Eis a manhã no coração do estio,
cheia de tempestade.
Iguais a lenços brancos de adeus, passam as nuvens,
e o vento as sacode com sua mão viajante.

Inumerável coração do vento
pulsando sobre o nosso silêncio enamorado.
Zumbindo sob as árvores, orquestral e divino
qual uma língua cheia de guerras e de cantos.

Vento que leva em rápido roubo a folharda
e que desvia as flechas palpitante dos pássaros.
E que a vai derrubando em onda sem espuma
e substância sem peso e fogos inclinados.

Lacera-se e naufraga seu volume de beijos
batido junto à porta desse vento estival.

Vinte Poemas de Amor, Pablo Neruda

09 agosto 2008


É o primeiro dia dos pais sem tua presença,
mas vou visitar o mar onde tuas cinzas descansam,
e tu te transformaste em milhões de pontos cintilantes,
na esperança de que ouças meus pensamentos
que te falam da minha saudade.
Quero te dizer que teu olhar sincero e humilde
ainda guia meus passos,
mesmo que haja uma saudade constante.
Está sempre comigo este homem de grande responsabilidade,
sensível e generoso, mestre em piadas,
cujo abraço aconchegante ainda sinto
quando a tristeza insiste em chegar...
Tuas cinzas foram ao mar,
mas tua alma foi levada pelo vento, livre e solta no ar,
nesse lugar azul imenso, que se mistura céu e mar.
Faz parte agora das noites de lua ou chuva,
dos dias de sol ou melancolicamente cinzas,
teu espírito ainda vive no mar, na areia,
nas pedras e flores,
e no coração de cada pessoa que te amou...
Teu espírito hoje reluz em cada raio de sol, todos os dias..
Cada estrela no céu tem o teu brilho
e a brisa perfumada traz teu riso.
A chuva que hoje cai são lágrimas de saudade,
por isso venho te abraçar e te dizer uma vez mais,
com um grande beijo....
Feliz Dia dos Pais – Meu Pai.

Sônia Schmorantz

08 agosto 2008


Lindo é saber...
Que estrelas estão sempre lá
quando nuvens escorrem nas retinas
Dividir o pão,
quando é só pedaço
Tirar suco da fruta,
já bagaço
Dormir com a barriga roncando
a fome de amor
sabendo que a cura está no beijo
Ouvir a melodia
e a letra florecer na garganta
Amar descaradamente
esperando de janela aberta
que o céu devolva
o que já foi santo!
Saber que o tempo passa
mas sempre fotografa e guarda
a doce alegria de ficar pra sempre!

Socorro Moreira

Existo em tons de azul...
Emergem aos poucos de dentro,
de um coração, ora vibrante, ora aflito...
Sou azul... Corpo e Alma...

Renasce em mim a vontade de o fazer transbordar,
de abrir o peito e deixar que me envolva,
e limpe de vez os cinzentos que teimam em ficar...

Sou azul...
de um azul que não existe no céu,
nem no mar,
nem na cidade marroquina vestida de azul...
Este azul profundo,
é único...

Do coração um raio de Luz sai,
e vai-me inundando aos poucos...
Um dia... muito em breve...
chegará a ti...

http://atmoonlight.blogs.sapo.pt/2007/11/04/

06 agosto 2008


Meus dedos
repetem
movimentos semelhantes
ao da dança das flores.
Flutuam
como o balanço das ondas,
como barcos
nos confins do ventar,
fazem curvas
como nuvens na imensidão.
Possuo
o tempo entre os dedos.
São tantas emoções
que não me cabem na mão.
Dedos que moldaram,
a beleza da minha vida,
que extraíram ritmos
pintando
estrelas
na ponta
de cada dedo.

http://josanne.nireblog.com/archives/2008/01

04 agosto 2008


O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

Lya Luft - Canção na plenitude

03 agosto 2008

NÓS


Esse suave ondular,
das ondas
Dos teus olhos, embalam-me,
a alma
E o andar de folhos
no nosso amar.
Preenchem minha calma,
Sugerem o mar,
onde sou ondina,menina
na areia
branca a brincar.
E tu castelo de espuma,
abres tuas portas
para meus sonhos guardar.
ao longe,
ouço o perfume do luar,
esconder-se
na bruma do teu,
do meu,
nosso amar.

poesialilazcarmim.blogspot.com/2007

02 agosto 2008


Pousa a tua cabeça dolorida
Tão cheia de quimeras, de ideal,
Sobre o regaço brando e maternal
Da tua doce Irmã compadecida.

Hás-de contar-me nessa voz tão querida
A tua dor que julgas sem igual,
E eu, pra te consolar, direi o mal
Que à minha alma profunda fez a Vida.

E hás-de adormecer nos meus joelhos...
E os meus dedos enrugados, velhos,
Hão-de fazer-se leves e suaves...

Hão-de pousar-se num fervor de crente,
Rosas brancas tombando docemente,
Sobre o teu rosto, como penas de aves...

Florbela Espanca

Onde andam meus sonhos?


Tenho sonhos perdidos nas sombras
navegando nos medos , sem futuro
embebidos em saudades de auroras.
Chora a alma, tentando romper o muro.
Sinto um vago receio prematuro
a desmaiar sobre o poente
sem achar saídas que procuro
nem os caminhos da ponte.
Até o mar de mim se esconde
foge do peito rudemente
não mata mais minha sede.
Embalo lembranças nas redes
e nos braços dos coqueiros
deixo-me voar sem grades...

Maria Thereza Neves

Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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