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12 agosto 2010

Poemas de Verão do Poetaeusou


Dança comigo
o bailado da vida
escrevendo no palco
a palavra amor,
num passo a três tempos
mendiga-me um beijo
balanceando olhares
nas suplicas etéreas,
e no salão esmeraldino
sobranceiro ao mar
quereres inacabados,
cingidos, apertados,
perdendo o medo,
guardarão segredo
do azulado valsar !

poetaeusou



11 agosto 2010

A PAZ

A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"...

Composição: Gilberto Gil & João Donato



10 agosto 2010

Por mim...


Por mim...
Fazia uma fogueira com o teu olhar
Reescrevia
A paisagem nua e árida da Lua
Inundava as suas crateras de mar
Reinventava
o teu olhar
Por mim...
Secava o fundo dos lagos
Dançaria uma valsa azul
em tapetes verdes de sonho
Onde florissem jasmins
Por mim...
Tudo floria...nada morria!
E então do nada renascida
Serias pássaro do paraíso
Em vegetação de sonho
Sem crateras de Lua
Por mim...
serias príncipio
Não fim.

Autora: Haeremai
http://beijo-azul.blogspot.com/



08 agosto 2010

AMO


Amo andar pelas tardes sem som, brandas, maravilhosas 
Com riscos de andorinhas pelo céu. 
Amo ir solitário pelos caminhos 
Olhando a tarde parada no tempo
Parada no céu como um pássaro em vôo 
E que vem de asas largas se abatendo. 
Amo desvendar a vaga penumbra que desce 
Amo sentir o ar sem movimento, a luz sem vida 
Tudo interiorizado, tudo paralisado na oração calma… 

Amo andar nessas tardes… 
Sinto-me penetrando o sereno vazio de tudo 
Como um raio de luz. 
Cresço, projeto-me ao infinito, agitando 
Para consolar as árvores angustiadas 
E acalmar os pinheiros moribundos. 
Desço aos vales como uma sombra de montanha 
Buscando poesia nos rios parados. 

Sou como o bom-pastor da natureza 
Que recolhe a alma do seu rebanho 
No agasalho da sua alma… 
E amo voltar 
Quando tudo não é mais que uma saudade 
Do momento suspenso que foi… 
Amo voltar quando a noite palpita 
Nas primeiras estrelas claras… 
Amo vir com a aragem que começa a descer das montanhas 
Trazendo cheiros agrestes de selva… 
E pelos caminhos já percorridos, voltando com a noite 
Amo sonhar…  

Vinicius de Moraes


07 agosto 2010

Pensamento para domingo


"O tempo nos ensina a sonhar

Muito além dos abismos do mundo
E nenhuma paisagem é tão bela
Quanto a sublime paz, 
desenhada na alma".

Juliana S Valis



05 agosto 2010

ANIVERSÁRIO


Aniversário é para lembrar
de sonhos que a gente esqueceu 
de pequenas fantasias 
que realizar algum dia 
a gente se prometeu 
e no entanto a gente adia 
cada vez para mais distante 
até não ter mais adiante 
nem mais sentido sonhar

Aniversário é para lembrar 
o tanto de coisas que a gente 
já podia estar fazendo 
se não vivesse dizendo 
que tem de "sobreviver" 
se em vez de lutar por sucesso 
buscasse mais o prazer
se a gente se desse conta
que a vida é só pra viver

Aniversário é para lembrar 
que o tempo não nos espera 
mas sempre é tempo pra quem 
mesmo quando o inverno vem 
vive em plena primavera 
com tesão, trabalho, talento 
muita fé e muito amor 
alguém que mesmo perdendo
sabe ser um vencedor

Geraldo Eustáquio de Souza 


Obrigado a todos os amigos que estão mandando seu carinho, seu abraço, neste dia 05 de agosto, dia em que alguém lá de cima escolheu para me mandar a este mundo!
Beijos e muito obrigado a todos

04 agosto 2010

A noite na ilha



Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha. 
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono, 
entre o fogo e a água. 
Talvez bem tarde nossos 
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
embaixo como raízes vermelhas que se tocam. 
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado 
e teus olhos buscavam o que agora - pão, 
vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos, 
porque tu és a taça que só esperava 
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira, 
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos, 
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura. 
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca 
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida, 
e recebi teu beijo molhado pela aurora 

como se me chegasse do mar que nos rodeia.

Pablo Neruda



Desde o ano de 2000 Santa Catarina não registrava neve em tantas cidades no mesmo dia. Nesta quarta-feira, 4 de agosto, nevou em pelo menos 9 cidades catarinenses: São Joaquim, Urubici, Urupema, Bom Jardim da Serra, Anita Garibaldi, Urussanga, Orleans, Ponte Alta e Santa Cecília. A imagem é de 
Deise K. de Oliveira

01 agosto 2010

O segredo dos pássaros


O coração conhece o segredo dos pássaros,
a ânsia de horizontes para além do horizonte.
O segredo dos pássaros é uma centelha
de luz rebuscando a simplicidade duma vida
imagens móveis que alargam o nosso chão,
apenas em memórias difusas de exiguidade
e fantasmas de veludo passando mãos inertes
sobre o nosso rosto.
Ou labaredas azuis duma tarde quente
e o fio dum arco-íris
em suas cores de transparência e frio.
O coração conhece o segredo dos pássaros
e o seu degredo.
E eu apenas recomeço os trabalhos
da simplicidade da minha vida
e reconheço a sua exiguidade
guiada por horizontes de bruma.

Vieira Calado


30 julho 2010

Janela para o mar


Olhando a tarde que se desfaz,
Na cantilena dos pássaros.
Tenho encantados os olhos
Com tanta graça e grandeza
Do dia virando noite,
Das luzes se acendendo
Nas janelas do casario,
Onde as pessoas se recolhem
Para o merecido descanso.
Coaxam sapos distantes
Cricrilam grilos brilhantes,
Salpicando com sua luz
O manto escuro da noite,
Fazendo-me sentir como é bom
Estar viva a cada dia;
Entender que a morte
É duro encargo que trazemos
A partir da concepção.
É essa certeza que faz os meus olhos
Ávidos por cenas pintadas
Na tela da natureza,
E inserta na minha voz uma prece
À Inteligência criadora
De tudo que há no universo.

Maria Hilda de J. Alão.



27 julho 2010

Terra Prometida


Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz, para se morrer em paz

Vinicius de Moraes
in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"


24 julho 2010

Sementes em dia de frio


Deixa que te olhe 
No dia cinza e prenhe de bruma
Que se colou espessa nos vidros
Vago reflexo que não alcanço
Ainda que a alma se expanda
E te toque.
Deixa que pense
Mesmo que seja num dia sem sol
Que o sempre não é somente palavra
De um dicionário coberto de pó
E a vida não é gazela que foge
À nossa frente.
Deixa que sinta
Como sopro leve, lábios conhecidos
Que sussurre o tempo que já esperei
A brisa que trazes nos dedos carícia
E quanto serás eterno em meu corpo
Que aguarda.
Deixa que a vida me diga de ti hoje e amanhã
Para que exista um sulco de esperança
Semente plantada em dias de frio
Na terra que piso.

http://mulher50a60.weblog.com.pt/arquivo/2006/02/semente_em_dias.html
Imagem de Jussara FL em álbum do campo
Praia dos Ingleses

22 julho 2010

Soneto Antigo



Responder a perguntas não respondo. 
Perguntas impossíveis não pergunto. 
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

Cecília Meireles


21 julho 2010

Miragem

Nesse universo loiro e liso
meus cachos revoltos balançam
imprecisos ao vento que mareia
ondas sobre um barco de velas
rotas, marinheiros afogados
jazem na areia.
E, longe, muito longe
dançam sereias
Nesse universo de palavras vãs
o sol, da minha pele esqueceu
a chuva caiu na rosa morta
numa tentativa de acordar a manhã
E no pensamento que vagueia
marujo, barcos, sereias
que importa?
Se no vão das coisas que estão pra vir
há um desejo louco
batendo asas
E nele danço solta e leve
Penso: A vida é breve
Desfaço-me desse devaneio
E volto pra casa...

(Veronica Almeida)





Quem sou eu

Minha foto
Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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