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30 junho 2009
Tu que te esqueceste de ti
Adormece o teu corpo com a música da vida.
Encanta-te.
Esquece-te.
Tem por volúpia a dispersão.
Não queiras ser tu.
Quer ser a alma infinita de tudo.
Troca o teu curto sonho humano
Pelo sonho imortal.
O único.
Vence a miséria de ter medo.
Troca- te pelo desconhecido.
Não vês, então, que ele é maior?
Não vês que ele não tem fim?
Não vês que ele és tu mesmo?
Tu que andas esquecido de ti?
Cecília Meireles in "Cânticos IV"
Imagens:Sônia Schmorantz
29 junho 2009
Todo dia morre um amor
Todo dia morre um amor. Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor. Às vezes de forma lenta e gradativa, quase indolor, após anos e anos de rotina. Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos. Morre em uma cama de motel ou em frente à televisão de domingo. Morre sem beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com gosto de lágrima nos lábios.
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, cartas cada vez mais concisas, beijos que esfriam aos poucos. Morre da mais completa e letal inanição.
Todo dia morre um amor. Às vezes com uma explosão, quase sempre com um suspiro. Todo dia morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria que na prática, relutemos em admitir. Porque nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso. De saber que, mais uma vez, um amor morreu. Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensina alguma coisa. E esta é a lição: amores morrem.
Autor desconhecido (parte do texto)
http://www.pensador.info/p/decisao_no_amor/12/
Imagem:Contax Imagens
28 junho 2009
Poema da despedida
Um dia, quando chegar a hora
Da sua despedida
E você tiver que ir embora
Mesmo que eu sinta profunda tristeza
Prefiro que não me olhe
Queria que sua despedida
Fosse como a da tarde em relação ao dia
Dando lugar à minha lua para enfeitar a noite
Que depois cede seu lugar ao sol
Para iluminar e aquecer um novo dia
Queria que sua despedida
Tivesse a leveza de um botão desabrochando em flor
Com cor e perfume para alegrar um coração apaixonado
O mesmo coração que um dia você em mim se plantou
Queria que sua despedida
Deixasse em meu coração um lindo jardim
Com rosas, margaridas, orquídeas
Plantadas por você e com seu jeito de gostar de mim
Queria que sua despedida
Fosse como a calmaria do mar
Tranqüila, serena sem marolas
Onde eu possa com minha nau navegar
Sem sobressaltos
Queria que sua despedida
Fosse como a corrente dos rios
Que ao encontrar seu destino, o mar
Se harmonizam o doce com o sal
E se desmancham as tristezas e mágoas
Se acaso elas existirem
Queria que sua despedida
Fosse como a lua se despede do sol
Como o dia da noite
Como as estrelas se vão, apenas deixando de brilhar
Mas elas sempre estarão lá
Queria que você, ao se despedir de mim,
Não falasse nada. Não dissesse nada...
Apenas deixe de brilhar e transforme em silêncio
A certeza de que permanecerá
Eternamente em meu coração
Jorge Luiz Vargas
Imagem de Sônia Schmorantz
27 junho 2009
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?
Cecília Meireles
Imagem 2: Praia dos Açores, Florianópolis, Brasil
26 junho 2009
Talvez
Talvez não ser,
e ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros
não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
(Pablo Neruda)
Imagem 1: internet
Imagem 2:Entardecer na Praia dos Ingleses,Florianópolis, Brasil
25 junho 2009
Fadas e Bruxas
Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.
Roseana Murray
in Pêra, Uva ou Maçã, ed. Scipione, 2005
Imagem 1: internet
Imagem 2: Morro das Pedras, Florianópolis, Brasil
Morro das Pedras, é o local em Florianópolis onde todos os anos as bruxas se encontram para prestar contas e planejar a próxima temporada. A feitiçaria teria chegado à Ilha junto com os açorianos, entre 1748 e 1756, quando Dom João V, rei de Portugal, determinou a transferência de portugueses, oriundos das Ilhas de Açores e Madeira para as províncias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O encontro seria na praia do Morro das Pedras, a 22 quilômetros do centro, onde elas se concentrariam sobre uma das pedras que ajudam a formar a beleza do local. O ritual, no entanto, só pode ser visto por quem também tem o dom da bruxaria. Acredite, se quiser, mas entre os moradores da ilha a crença é de que tudo isso realmente existe, por isso Florianópolis é conhecida por Ilha da Magia.
24 junho 2009
A Vida
Já um pouco de vento se demora;
Já sua força vale a de uma mão
Nestes papéis que trago para fora,
Que o campo dá certeza e solidão.
O calor fez a casca mais delgada,
Agora colho a tarde: a vida não.
Sou como a macieira carregada:
De palavras a mais cobri o chão.
Árvores há no outono que conhecem
O toque e ardor das folhas de amanhã
E esperando-as, altas, adormecem.
Com espaço e vento nunca a vida é vã.
Eu volto à mão do outono em meus papéis.
Penso e, indiscreto, o ar remove
Estas imagens cruéis
Que a minha vida comove.
Vitorino Nemésio
Imagem 1: internet
Imagem 2: Inverno em Florianópolis, gaivotas nas sacadas da beira mar
23 junho 2009
O Beija-Flor
Acostumei-me a vê-lo todo o dia
de manhãzinha, alegre e prazenteiro,
beijando as brancas flores de um canteiro
no meu jardim - a pátria da ambrosia.
Pequeno e lindo, só me parecia
que era da noite o sonho derradeiro...
Vinha trazer às rosas o primeiro
beijo do Sol, nessa manhã tão fria!
Um dia foi-se e não voltou... Mas quando
a suspirar me ponho, contemplando,
sombria e triste, o meu jardim risonho,
digo, a pensar no tempo já passado:
- talvez, ó coração amargurado,
aquele beija-flor fosse o teu sonho!
Auta de Souza
Imagem 1: Internet
Imagem 2: Fortaleza de São José, Florianópolis, Brasil
22 junho 2009
Da janela
Da janela vem um sopro morno
que muito bem pode ser choro
ou qualquer coisa que venha de dentro
como se do mundo vivesse fora...
Da janela entreaberta chega
uma luz de fim de tarde,
ruído de crianças brincando,
cheiro de café recém passado,
uma queixa sem convicção e
pássaros que voam nostálgicos...
Coração bate baixinho,
quase nem se percebe,
Recordações se perdem em pensamentos,
Como o vento pela janela aberta,
O espírito eleva-se ao inconsciente
Para que as almas possam se encontrar...
sonia schmorantz
Imagem 1: Janela açoriana em Florianópolis - Brasil
Imagem 2: Fortaleza de Ratones, Florianópolis - Brasil
21 junho 2009
Canção da Espera
Quando deixares meu desavisado coração
não esqueças de deixar a luz da lua acesa.
Deixa a chave da esperança sobre a mesa
do quarto onde dormiu teu último verão.
Não te esqueças das romãs do teu outono
só porque as sombras do inverno te virão
como lembranças de um amor de ocasião
que não conciliava mais o próprio sono.
Talvez eu me adormeça aqui para sonhar
com o outro lado temporão da primavera
onde eu sonhar me seja estar à tua espera
doendo de um retorno de qualquer lugar.
Estarei dividindo com as águas do riacho
uma breve canção de prazer e sofrimento
sobre a vida refeita de pena sem lamento
o coração envolto no seu próprio abraço.
Afonso Estebanez
http://poesiamsicagentedanossaterra.blogspot.com/
Imagem 1:Araucária de São Joaquim, Santa Catarina
Imagem 2: Praça da Alfandega,centro de Florianópolis, Brasil
20 junho 2009
Que...
Que todas as manhãs acordem
Com sinais de esperança
ao final da tarde
Metade de mim
é poesia,
a outra metade
verdade
E a mulher que amo
ao longe
Sinta esta tranquilidade
Metade de mim
sendo vida,
a outra metade
é saudade
Sfsousa/olharomar
http://rosadesangue.blogspot.com/
Imagem 1: Amanhecer na Praia do Campeche, Florianópolis
Imagem 2: Entardecer na Lagoa, por Eduardo Poisl
19 junho 2009
Grandeza
Sou só a cor do céu
e das montanhas,
azuladas entranhas
na ilusão do olhar.
Sou só o verde da vegetação,
cor de mãe primitiva,
calma viva
e repouso e proteção.
Sou só a água que envolve,
que amamenta,
que absolve.
Sou só esse chão arenoso,
chão de praia,
que desmaia,
sob seu corpo,
mulher.
Eliane Ferreira de Cerqueira Lima
Imagem 1:Lagoinha Leste, Florianópolis
Imagem 2: Costa da Lagoa, Florianópolis
18 junho 2009
Sou um Poema
Sou um poema que existe
bonito, correndo em minhas mãos
que voa nas manhãs de primavera.
E só eu o vejo...
Sou um poema bonito que me sorri
sussurra versos na noite...
Mas só eu o vejo.
Existe uma música bonita que me ecoa nos ouvidos
que se arrasta nas paredes...
nas folhas das árvores...
Apenas eu a ouço.
Existe uma música bonita
que baila nas nervuras da vida...
Mas só eu a ouço.
Existe um poema bonito nos meus olhos
só eu o vejo.
Existe um poema bonito...
mas sempre que o tento passar para o papel
para o partilhar,
para lhe dar asas para voar...
Ele foge de mim...
ele não se deixa capturar...
Existe um poema bonito...
Um poema...
Helô Abreu
Imagem 1: Internet
17 junho 2009
Escuro e Luar
Feitos de chão, de chuva e sonho
Fora do tempo
Despedaçado o que fica de nós
Nas batalhas sentidas cá dentro
Por isso é que eu sigo esse brilho de noite
Que é estrela ou chama
Olhar ou mar
E vou procurar essa luz
Mas só quero lá chegar contigo
Feitos de tempo em mil pedaços
De escuro e luar
Há uma noite que é escolhida pra ser
Essa noite que se há-de guardar
Por isso é que eu sigo esse brilho ou calor
Que é estrela ou chama
Ou tu em mim
E vou pra poder descobrir
Quem é que ainda sou contigo
Dispo o cansaço e recomeço
Mais uma vez
Há um sorriso que nos salva do frio
E recolhe o que a vida desfez
Se me desarmo noutro feitiço
Num outro olhar
Há um abrigo que não deixa morrer
Quem nós somos e o que temos pra dar
Por isso é que eu sigo esse brilho da noite
Que és tu em mim
Ou quem fui
E vou pra poder descobrir
Quem é que ainda sou contigo.
Mafalda Veiga
Imagem 1: Internet
Imagem 2: Praia da Armação, Florianópolis - Brasil
16 junho 2009
Sobre escrever
15 junho 2009
Perfil
De passagem,
como a véspera
imprecisa do poema,
principia em mim
a planície agreste
da solidão dos outros.
E a não ser
o silêncio poente
dos meus olhos,
tudo o resto me diz
que sou um pássaro
a voar, inconsequentemente,
no sentido das palavras.
Graça Pires
Imagem 1: Internet
Imagem 2: Cachoeira do Bom Jesus, Florianópolis
14 junho 2009
Melhor lugar...
Se fosse por mim
Eu ficava
Mas vê como tudo lá fora mudou
O tempo passou
Feito um louco
Quebrando as vidraças
E a gente ficou
Aqui, sem ter nem pra onde ir,
Por medo ou preguiça
Aqui, ilhados por nós
Sequer rastreados por nenhum radar
Aqui parecia ser o melhor lugar
Quem disse que a gente precisa
Perder um ao outro para se encontrar
Se nada nos prende ao passado
Não é o futuro que vai separar
Enfim
Encosta teu barco em mim
Que o sol já se pôs
A sós
O mundo termina
Na fina fronteira dos nossos lençóis
Em nós
Espalham-se os laços
Desfazem-se os nós
Sonhamos paisagens, compramos passagem
E nunca voamos pra lá
Enfim
Passeia tua boca em mim
Até me calar
Aqui ainda parece o melhor lugar...
Jorge Vercilo
O meu pedaço de céu
O meu pedaço de céu
é o véu por onde Deus fala verdade,
é o jeito que Ele tem de amar
de abraçar e beijar a humanidade...
o meu pedaço de céu
que vem pela minha janela
é um abraço divino
que fala de outros valores,
de outros rostos e amores
que a Terra deixou por terminar...
O meu pedaço de céu
é palco das andorinhas
que voam quase bailando...
com cheiro a terra molhada
da chuva que cai chorando....
como se aberto gemendo
o coração se partisse
e então a chuva surgisse
me aconselhando a viver...
no meu pedaço de céu
para eu adormecer...
O meu pedaço de céu
onde os anjos livremente
dizem adeus quando passam
acenando a toda a gente...
não tem Sol está sofrendo
estão sós as nuvens brancas
quais noivas abandonadas
que dizem que vão morrendo...
o meu pedaço de céu
quando sorrir vai dizer
que mesmo abandonados
nós não devemos morrer...
O meu pedaço de céu
guarda um segredo profundo,
que a chorar contei a Deus
e não ao resto do mundo...
lasalete
Imagem 1: entardecer na rua
Imagem 2: entardecer na Lagoa, Florianopolis
13 junho 2009
Sou
Sou das pessoas que me querem e que eu amo
vivo com elas por saber quanto lhes quero
a minha casa é uma ilha, é uma pedra
que me entregaram num abraço tão sincero
Sou doutras coisas
sou de entender a dor alheia que é a minha
sou de quem parte com a mágoa de quem fica
mas também sou de querer sonhar o novo dia.
- Fernando Tordo -
Imagem 1 - Gaivotas
Imagem 2 - Barco na Praia do Morro das Pedras, Florianópolis
12 junho 2009
Lágrima...
11 junho 2009
Para você eu digo SIM
Mas se eu sentir
Que nós estamos juntos
Longe ou a sós
No mundo e além
Pode crer que tudo bem
O amor só precisa de nós dois
Mais ninguém...
(Rita Lee)
Dança de Alma
Se pudesse cairia agora
Em suas asas
E dançaria com você
Uma dança de alma
Deixaria a vida assim
Na idade da vontade
Na brisa que sopra
Da inspiração
Menina vestida de mulher
És pés por soberania
Leves ao sussurrar caminhos
Distintos ao errar
Latentes por intuição
Devias só dançar
A dança da chuva
Passear entre suas tranças
Nos levar como crianças
Entre suas danças
Jamais calçar sapatos
E insensatamente
Ser quem é...
E suas mãos
Só ministrar pensamentos
E serias sempre
O intrigante,
O leve sopro
Que se dá na vida...
Vania Lopez
Imagem: http://www.claudeschneiderphotography.com/
Imagem 2: Barra da Lagoa, Florianópolis - Brasil
10 junho 2009
As palavras
As palavras são música,
que buscam a luz no escuro
apenas brilham na varanda as emoções,
e as copas vermelhas e douradas, auriflamas,
que tremulam, mais distantes, sobre o muro;
Outros crepúsculos de Outono assim se passam...
As conversas vão tecendo filigranas,
tecem cruzes
caravelas
corações,
enquanto ao lado
a noite e o silêncio
se entrelaçam.
Manuel Filipe, in"Nas Palmas Da Noite"
Imagem: Pedro Moreira
Imagem 2: Praia do Forte, Florianópolis - Brasil
09 junho 2009
Em alguma vida fui ave
Guardo memória
de paisagens espraiadas
e de escarpas em vôo rasante.
E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta.
Liga-me à terra
uma nuvem e seu desleixo de brancura.
Vivo a golpes
com coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra.
Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda o seu nome
no travesseiro do tempo.
Em alguma ave fui vida.
Mia Couto
Imagem 1: internet
Imagem 2: Jurerê, Florianópolis - Brasil
08 junho 2009
O meu amor
O meu amor não cabe num poema- há coisas assim,
que não se rendem à geometria deste mundo;
são como corpos desencontrados da sua arquitetura
ou quartos que os gestos não preenchem.
O meu amor é maior que as palavras; e daí inútil
a agitação dos dedos na intimidade do texto
a página não ilustra o zelo do farol que agasalha as baías
nem a candura da mão que protege a chama que estremece.
O meu amor não se deixa dizer- é um formigueiro
que acode aos lábios como a urgência de um beijo
ou a matéria efervescente dos segredos; a combustão
laboriosa que evoca, à flor da pele, vestígios
de uma explosão exemplar: a cratera que um corpo,
ao levantar-se, deixa para sempre na vizinhança de outro corpo.
O meu amor anda por dentro do silêncio a formular loucuras
com a nudez do teu nome- é um fantasma que estrebucha
no dédalo das veias e sangra quando o encerram em metáforas.
Um verso que o vestisse definharia sob a roupa
como o esqueleto de uma palavra morta.
Nenhum poema
podia ser o chão da sua casa.
Maria do Rosário Pedreira, O Canto do Vento nos Ciprestes
Imagens de hoje:
1 - Casario do Ribeirão da Ilha, Florianópolis, Brasil
2 - Ribeirão da Ilha, barco de pescadores típicos do lugar
07 junho 2009
Dádiva
Dá-me um lápis e um papel
Para escrever
E serei eu.
Dá-me um livro, uma folha
Para ler
E serei eu.
Dá-me um momento para sonhar
E viver
E serei eu
Dá-me um brinquedo para brincar
E prender
E serei eu
Dá-me esse sonho que criei
Dá-me essa ilusão que fugiu
Dá-me esse ideal que perdi
Dá-me a obra que realizar
Ainda não consegui
Dá-me esse tão pouco que
À vida pedi
Esse pouco que é dádiva do céu
E serei eu
E serei EU.
Rosélia M G Martins
Imagens: Ilha do Campeche, Florianópolis - Brasil
Para escrever
E serei eu.
Dá-me um livro, uma folha
Para ler
E serei eu.
Dá-me um momento para sonhar
E viver
E serei eu
Dá-me um brinquedo para brincar
E prender
E serei eu
Dá-me esse sonho que criei
Dá-me essa ilusão que fugiu
Dá-me esse ideal que perdi
Dá-me a obra que realizar
Ainda não consegui
Dá-me esse tão pouco que
À vida pedi
Esse pouco que é dádiva do céu
E serei eu
E serei EU.
Rosélia M G Martins
Imagens: Ilha do Campeche, Florianópolis - Brasil
06 junho 2009
Dança ao som do vento
Sentia nas veias
mares de preamar
vagões de nuvens
numa dança ao som do vento.
Quando tudo arde e esquece
no peito dormente,
pela rouquidão
do solfejo gaguejado
sentimentos
emoções
invadem todo o corpo.
Só o amor consigo conjecturar
e nele navegar
mesmo os tumultos
elevam os braços ao céu.
A poeira leva o vento
num murmúrio quase mudo
na espuma das últimas lágrimas
sem lembranças.
Atiro o rosto ao sonho
que carrego nas mãos.
Ana Coelho
Praia da Joaquina, Florianópolis - Brasil by Eduardo Poisl
05 junho 2009
O Vento Vivendo na Casa
Para minhas escolhas percorro páginas diárias de poesias, leio, busco, absorvo um pouco de tudo, hoje parece ser um dia especial, encantada com tudo que encontrei, foi impossível escolher um só, por isso deixo aqui dois...dois entre tantos que amei ler, espero que gostem e aproveitem também!
Vento e mar talharam-se no meu corpo
cessar tua estação em mim foi impossível
Sorvi o sumo que sopra nos ares a maresia
roubando-te estrelas marinhas para emprestar à noite
siderei-me no teu céu sem vestes
tingindo-me azul têmpora tronco e membro
Colhi versos nos teus olhos
coisa pássara
pousados nos girassóis
violinos deitaram adágio sobre a terra de ti
casa de sementes imersas lírio e orvalho.
Escrito por jacineide
http://odisseiadepenelope.zip.net/
Imagem: Lagoa da Conceição por Eduardo Poisl
Vento e mar talharam-se no meu corpo
cessar tua estação em mim foi impossível
Sorvi o sumo que sopra nos ares a maresia
roubando-te estrelas marinhas para emprestar à noite
siderei-me no teu céu sem vestes
tingindo-me azul têmpora tronco e membro
Colhi versos nos teus olhos
coisa pássara
pousados nos girassóis
violinos deitaram adágio sobre a terra de ti
casa de sementes imersas lírio e orvalho.
Escrito por jacineide
http://odisseiadepenelope.zip.net/
Imagem: Lagoa da Conceição por Eduardo Poisl
VENTOS E VERSOS - acróstico
Ventos que sopraram tristezas
Enredaram os galhos das sinas
Numa frieza de tons eloquentes;
Todavia, com as suas certezas
Ousaram reerguer das ruínas
Soprando as novas sementes
Era a poesia de versos dos ventos
Ventos que sopraram letras
Enredaram nas rimas os galhos
Reciclando em versos os lamentos;
Sobretudo, com as suas belezas
Ousaram refazer atos falhos
Soprando os novos momentos.
Wasil Sacharuk - abril/2009
04 junho 2009
Quando as almas se enlaçam
Quando as almas se enlaçam
O calor, se não o mesmo,
Se entranha;
Passam folhas, passam flores
Mas o tronco e as raízes
Permanecem,
Sobrevivem ao inverno
E florescem
Ao chegar
A primavera.
Amor que espera,
Amor que entende
Que aquece
Sem ser quente
Confortável, ternamente
Se afirma
Em valores permanentes
Na raiz do sentimento
E do tempo.
Amor de outono
Tão ameno,
Duradouro,
Tão dourado
E precioso
Vence o inverno,
A dor e a morte;
Amor eterno.
Roberto Amorin
Imagem:Internet
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Quem sou eu
- Sonia Schmorantz
- Gaúcha, nos pampas nascida Um grande sonho acalentei Morar numa ilha encantada Cheia de bruxas e fadas. Nessa terra cheia de graça Onde se juntam todas as raças, Minha ilha lança ao poente O azul espelhado da lagoa, O verde silêncio das montanhas, O rumorejar de um mar azul Que beija apaixonado a areia da Minha ilha de renda poética. Não importa se há sol ou chuva, A mágica ilha é sempre azul, Fica gravada na alma e Quem aqui vem sempre vai voltar, Para descobrir novos caminhos, Novos destinos, pois Esta magia nunca irá acabar.
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